Na verdade, essas fronteiras existem apenas para uma
melhor
organizaτπo dos projetos, pois hß uma troca intensa de informaτ⌡es e colaboraτ⌡es
entre todas as ßreas, num trabalho integrado.
Um bom exemplo sπo os trabalhos desenvolvidos pelo NiF na ßrea de
compreensπo e representaτπo
do conte·do, quase
todos em colaboraτπo com o setor de
aprendizado e inteligΩncia.
<P>
Em seu segundo dia de visita virtual ao Media Lab, seu
primeiro contato Θ com o professor assistente <A HREF="http://haase.www.media.mit.edu/people/haase/">Kenneth Haase</A> (<EM>na foto acima</EM>), que orienta os principais
trabalhos nesse campo. Ele lhe explica:<p>
<H3>Entendendo a notícia</H3>
û O objetivo do NiF Θ desenvolver softwares que podem "entender" a
informaτπo e o seu consumidor individual, da mesma forma que o ser humano as
entende. Essa compreensπo Θ essencial para uma efetiva filtragem da informaτπo, para a
compactaτπo de textos e para o modelamento do usußrio.<p>
Um dos projetos, <A HREF=" http://mu.www.media.mit.edu/groups/mu/demo/htparser/">"Understanding News"</A>
(Compreendendo a notφcia), procura
analisar no texto os limites das frases e as possφveis relaτ⌡es entre elas. Comparando essa
anßlise com outras existentes em sua mem≤ria, o sistema permite uma sumarizaτπo
especφfica para cada usußrio de novos artigos,<p>
baseado na diferenτa entre eles. Esse sistema pode se transformar em algo mais ·til, no
futuro, do que o sistema de recuperaτπo por palavras-chaves ou similares jß disponφvel
em banco de dados ou na Internet. O modelo atual colapsa α medida em que o n·mero
de documentos relevantes aumenta, pois gera textos que deverπo ser selecionados
manualmente. <p>
<H3>A informação amadurece</H3>
û A principal inovaτπo Θ que o conte·do da informaτπo "amadurece"ao longo
do tempo, pelo uso e incremento de sua mem≤ria. O foco, pois, estß no "aprender a
entender"e nπo na simples compreensπo û diz Kenneth Haase.<p>
Na mesma ßrea, outro projeto procura fazer algo idΩntico com imagens e vφdeos.
<A HREF="http://agents.www.media.mit.edu/groups/agents/">"Interfaces agents"</A> (Agentes de interfaces) Θ o projeto seguinte que vocΩ vai conhecer
com a professora <A HREF=" http://pattie.www.media.mit.edu/people/pattie/">Patti Maes</A>, que trabalha ali representando a Sony. A sala ampla parece
apertada com tantos livros espalhados por todos os cantos. Os agentes de interfaces sπo
sistemas computacionais semi-inteligentes que fazem sugest⌡es personalizadas ao
usußrio sobre φtens da notφcia (texto, video ou ßudio) de um determinado banco de
dados. Ou seja, eles reduzem o trabalho de busca de informaτπo, bem como o seu
excesso û que s≤ gera ansiedade.<p>
Patti explica que os agentes atuam de trΩs formas: 1) por instruτπo do usußrio
sobre o que deseja receber ou nπo; 2) por "feedback" do usußrio acerca do quanto ele
gostou ou nπo de determinadas informaτ⌡es selecionadas automaticamente pelo
sistema; 3) os dados do "feedback" sπo utilizados para detectar similaridades entre
diferentes usußrios e criar comunidades com interesses comuns. As tΘcnicas de filtro
levam em conta o conte·do, mas tambΘm a posiτπo social do usußrio. Patti vira-se para
o seu computador e lhe mostra na tela, um exemplo concreto: o projeto <A HREF="http://nif.www.media.mit.edu/abs.html#ringo"> Homr</A> ("Helpful
Online Music Recomendation Service", ou Sistema de Ajuda Online de Recomendaτπo
Musical), destinado a construir relacionamento entre pessoas atravΘs da m·sica, via
Internet. O prot≤tipo foi iniciado com 500 tφtulos de m·sicas cadastradas e 20 usußrios;
hoje tem 20 mil tφtulos e 20 mil usußrios. <p>
<H3>Digitalização da mídia</H3>
A criaτπo de comunidades virtuais, assim, aproxima, ao invΘs de afastar as
pessoas nas comunidades reais û completa Patti, que por sinal colaborou no projeto do
tal cachorrinho virtual.<p>
Sπo facilidades nascidas com a digitalizaτπo da mφdia, da mesma forma como o
projeto <A HREF=" http://nif.www.media.mit.edu/stills/home.html">"Salient Stills"</A>, um sistema que permite "transcodificar"em fotos de alta
qualidade imagens de uma sequΩncia de video de baixa resoluτπo. <A HREF="http://mmassey.www.media.mit.edu/people/mmassey/">Michael Massey</A>,
formado em Fφsica, agora trabalha como pesquisador assistente desse projeto do NiF.
Continuando a visita imaginßria, vocΩ e ele se encontram no "Computer Garden".
Massey lhe explica com a ajuda de imagens que mostra na tela de seu computador<p>
Ele lhe mostra uma sequΩncia de fotos de um jogo de basquete em que um dos
jogadores leva um tombo α medida em que corre para o garrafπo. Para reproduzir toda a
cena, um jornal necessitaria no mφnimo de quatro fotos. Mas no Media Lab eles
conseguem sintetizar tudo numa ·nica imagem, tirada de uma sequΩncia de vφdeo, em
que apresenta-se tanto o contexto da cena (a quadra e as arquibancadas) como o
conte·do detalhado da sequΩncia da queda do jogador. <p>
Essa imagem "empacotada " tem, ao mesmo tempo, o campo profundo de visπo captado pelos quadros de pequena extensπo focal e os detalhes captados pelos quadros de longa extensπo focal.<p>
û Nπo Θ vφdeo, nπo Θ foto, mas sim uma imagem digital. Uma imagem que nunca
existiu, utilizando paradoxalmente apenas cenas reais tiradas da sequΩncia de vφdeo û diz
o pesquisador, revelando que algumas companhias jß estudam a utilizaτπo do recurso em
determinados tipos de ilustraτπo. <p>
S≤ mesmo vendo vocΩ entende melhor tudo isso. Mas nπo Θ difφcil entender a
extensπo dessa aplicaτπo. "Partindo do fato de que um conjunto de bits num sistema
computacional pode ser encarado como uma forma usual de comunicaτπo, para todas as
modalidades de representaτπo (ou reduzφ-las, jß que bits sπo bits), um largo campo a ser
explorado no programa NiF Θ o empacotamento da notφcia em formatos diferentes
daqueles de captaτπo ou criaτπo", explica Walter Bender, o principal cientista
pesquisador do Media Lab, durante novo almoτo, de novo um lanche, de novo na sala
dos professores, agora dividido com um grupo de industriais europeus. <p>
O pesquisador Daniel Gruhl, que tem um rosto enorme e gosta de andar descalτo
pelo "Computer Garden", Θ um dos que aproveitam para comer doses extras de
sobremesa deixados pelos convidados. Ele Θ um dos que trabalham com o projeto <A HREF="http://nif.www.media.mit.edu/DataHiding/index.html">"Data
hiding"</A> (Dados Ocultos) no qual a Kodak tem interesse enorme. Jß de volta ao "tour",
voce escuta a explicaτπo dele:<p>
û Esse sistema trata de incluir, de forma invisφvel, dados em textos, imagens e
sons, de maneira a criar uma espΘcie de "marca d'ßgua" que permita a identificaτπo de
sua origem ou autoria, mesmo que o material utilizado seja alterado. Sua finalidade
principal Θ a proteτπo de direitos autorais, cada vez mais difφceis de controlar com a
expansπo da mφdia digital, onde as coisas sπo facilmente "pirateadas". Usando um
sistema de filosofia semelhante, para codificar documentos secretos, Margareth Tatcher
conseguiu descobrir qual de seus assessores passava tais papΘis para a imprensa. ╔ que
ela distribuiu c≤pias com c≤digos especφficos em cada uma delas.<p>
Nessa tarde, hß ainda tempo para conhecer o rßdio e o cinema interativos. O
rßdio interativo Θ um dos diversos trabalhos coordenados por Christopher Schmandt,
outro veterano do Media Lab. Um dos projetos objetiva compilar notφcias de rßdio, de
diferente emissoras, segmentar as hist≤rias com base em ac·stica e eventuais "deixas"
semΓnticas dos locutores, com o objetivo de apresentar isso de forma "on-demand" (sob
demanda) por telefone ou computador. Assim, vocΩ pode escolher as hist≤rias que
deseja ouvir , "pulando" aquelas que nπo lhe interessam. <p>
O <A HREF="http://gid.www.media.mit.edu/people/gid/projects.html">cinema interativo</A> Θ um sistema de armazenamento de vφdeo e ßudio de forma
nπo-linear. Permite ao pr≤prio usußrio editar a hist≤ria α sua maneira. AlΘm disso, o
sistema estß livre das limitaτ⌡es de tempo e conte·dos selecionados previamente, ao
contrßrio do modelo tradicional. A hist≤ria, assim, torna-se mais envolvente para o
espectador, como conta a professora <A HREF="http://gid.www.media.mit.edu/people/gid/">Gloriana Davenport</A>, que aproveita sua presenτa para matar saudados do Brasil, paφs que lhe
encanta. Ela esteve aqui a convite da Escola do Futuro da USP.<p>
Um dos prot≤tipos dessa nova "mφdia elßstica" Θ um documentßrio sobre uma
obra de <A HREF=" http://ic.www.media.mit.edu/eb-web/">reurbanizaτπo de Boston</A>. A hist≤ria se transforma a cada ediτπo, conforme a
visπo do espectador e o ponto de vista de quem ele deseja compartilhar: o morador da
ßrea, o operßrio da obra, as autoridades, o arquiteto, os pretendentes a novos moradores,
etc.<p>
û Enfim, Θ um cinema personalizado û sintetiza Gloriana Davenport.<p>
<p>
<H4>Por Júlio Moreno</H4>
<hr>
<H3><EM>Veja também:</EM></H3>
<ul>
<H4><A HREF="lab4.html"><li>Terceiro dia: as comunidades virtuais</A></H4>
<H4><A HREF="lab5.html"><li>O Grupo Estado no Media Lab</A> </H4>